quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Sabor.


Não, não. Não estou com fome.
Eu quero é vida, eu quero é sangue.
Se eu quero alguma coisa?
Sim, eu quero tudo!
Tudo que der tempo!
E o que não der, quero ao menos querer.

Eu quero cheiro, eu quero medo,
Eu quero suor, eu quero sono.
O que eu quero é sentir.
Que doa, que não doa.
Eu quero sair por aí e sentir.
Mas eu ainda quero existir.
Então não me proponha pular de uma ponte que eu não direi sim.

Sim, eu tenho coragem para dizer não!
Pra fazer uma revolução!
Pra lutar, pra morrer!
Eu tenho coragem, não peça pra ver
Porque eu também tenho a opção
De não querer.

Se eu quero alguma coisa?
Eu quero você!
Você e tudo o mais.
Não que eu precise de testemunhas pra mostrar que sou capaz.
É que eu quero te passar
Essa vontade de gritar,
Essa pressa de viver!
Que veio hoje, que me invadiu.
E eu quero que o pudor vá pra puta que pariu.
Com os que me julgam profana.

Você me oferece comida.
Não, por agora não.
Agora eu vou embora e vou viver.
Mas obrigada pela intenção
De me dizer
que às vezes eu tenho de ser-...
Humana.



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